Está em curso uma tendência de forçar uma busca no passado da face mais cruel da ditadura latino americana. Não que eu seja contrário ao que ocorreu, pois foi gostoso ver o Gal. Augusto Pinochet pagar com a própria saúde por agir contra os interesses chilenos bombardeando o Palácio La Moneda (palácio presidência chileno) e assassinando o então Presidente Salvador Allende. Mas não podemos esquecer, que ao contrário da Argentina onde a ditadura foi finalizada por conta da derrota nas Malvinas, o Brasil fez um acordo de anistía a todos os envolvidos, o que permitiu o regresso de dezenas de exilados do exterior e também o regresso do Brasil ao regime democrático. É claro que não podemos compactuar com os desaparecidos, mas devemos lembrar que em um regime de excessão isto seria normal. A prisão, tortura e até desaparecimentos eram penas aplicadas as pessoas que como eu, se utilizavam da liberdade de expressão. Punir generais aposentados seria ridículo se não fossem encontrados e penalizados os verdadeiros culpados pelo que aconteceu. Se é para ir a forra, que se vá por completo e que busquem a participação ou omissão dos veículos de comunicações que atuavam na ditadura militar brasileira. Devemos conferir se de fato eles não apoiavam oa militares enquanto estes eram convenientes. Em especial eu gostaria de saber do Grupo Abril e sua revista Veja e sobre a Rede Globo. Reparem que não estou acusando ninguém, mas já que elas divulgam insistentemente o clamor pelos direitos humanos, seria interessante que se abrissem os documentos do Dentel e outros órgãos ligados a estes veículos para trazer uma luz a população brasileira o que de fato ocorreu por trás das notícias. De concreto, hoje sabemos que o comício pró-diretas em 1984 não comemorou o aniversário da cidade como a Globo noticiou e que tampouco o Brasil era o paraíso das capas da revista Veja durante os anos de chumbo. Vamos acompanhar as manchetes destes dois veículos e ver o quanto assumem a responsabilidade e a causa pela total liberdade dos documentos sobre ditaduras e comunicações.
Por Pedro Souza
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